quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

JORNAL FRANCÊS APONTA FALHAS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Continuando nosso debate sobre educação, gostaria de postar mais um link com uma matéria muito legal do site UOL. Nela podemos constatar mais alguns problemas no sistema educacional brasileiro. Nada muito diferente do que já sabemos, mas com dados que corroboram a idéia de que não batas ações separadas ou paliativas. O que temos realmente que fazer é promover uma revolução.

O jornal francês “Le Monde”, em artigo publicado nesta terça-feira (7) na internet, diz que, apesar dos “muitos progressos econômicos e sociais”, o Brasil estagnou em “uma área crucial”: a educação. Apesar disso, classifica como um “esboço de círculo virtuoso” as políticas educacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O “Monde” aponta que o “marasmo brasileiro” é resultado, “em parte”, da “democratização do ensino” nos anos 1990. Segundo o jornal, “a mediocridade do ensino público” é o ponto central “do problema”. O periódico cita os resultados brasileiros em relatórios da Unesco e no Ideb (Índice Nacional de Desenvolvimento da Educação).
De acordo com o "Monde", os professores são “mal formados e mal pagos”. O “Monde” cita como exemplo o fato de “um em cada três professores de química” e “somente um em cada quatro de física” terem se formado na área em que lecionam. O periódico francês lista outros índices, como a alta taxa de repetência escolar –em especial, no Nordeste.
A estrutura federal do Brasil (com três níveis), afirma o jornal, “agrava os fenômenos” –incentivando, por exemplo, casos de corrupção. “Os controladores relacionaram as fraudes”, diz o “Monde”: superfaturamentos, propinas, serviços não executados. “Muitos prefeitos preferem construir uma ponte ou uma estrada que dotar as escolas de conforto mínimo”, afirma.
De acordo com o texto, dessa forma, se perpetua, “com algumas exceções”, o ensino de base em dois caminhos: “público, gratuito, muitas vezes desastroso, para as crianças das famílias pobres; privado, pago, de bom nível para as crianças das famílias ricas, melhor preparadas para enfrentar os vestibulares de universidades e, depois, para tirar proveito de pós-graduações e centros de pesquisas financiadas com dinheiro público.”
Para tentar resolver a desigualdade, diz o “Monde”, houve um crescimento de instituições particulares de ensino superior.  Elas recebem “75% dos estudantes, muitos deles obrigados a trabalhar”. “Das creches –que não recebem 20% das crianças que têm direito– às universidades, o sistema mantém profundas desigualdades e preserva os privilégios das elites tradicionais tão denunciadas pelo presidente Lula”, afirma.

Ações

Segundo o jornal, medidas foram tomadas: o investimento em educação aumentou (apesar de, per capita, ficar “longe” dos totais de Chile e Argentina); foram construídos mais de 200 institutos federais e 14 novas universidades; concederam-se 700 mil bolsas para jovens estudarem no ensino superior privado. “No total, 2 milhões de estudantes a mais freqüentam as universidades”, diz.
Por fim, o “Monde” afirma que o Brasil sabe “de seu calcanhar de Aquiles”, face a uma “dupla urgência econômica e social”: de um lado, o forte crescimento que obriga o país a formar uma mão-de-obra qualificada que ainda não tem, sob pena de perder em competitividade; de outro, uma classe média que reivindica seu direito ao conhecimento, “chave para um futuro melhor”. Essas duas necessidades, diz o jornal, devem encorajar a presidente eleita, Dilma Rousseff, a “prolongar o círculo virtuoso esboçado por seu antecessor”. Fonte (Site UOL/EDUCAÇÃO - http://ow.ly/3qzUQ)   

4 comentários:

  1. Acabo de fazer um post sobre educação em meu blog também (http://adymarina.wordpress.com). Sinceramente Flávio, depois de ler em vários artigos e até mesmo em jornais internacionais sobre a chaga da educação, nem preciso dizer que é simplesmente vergonhoso. Porém, acho que o projeto de ensino em período integral nas escolas é um ótimo começo pra mudar esse panorama ruim.

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  2. Aryádne, concordo com seu texto. Não concordo com o extremo de sentir vergonha de assinar BRASILEIRO nos documentos, mas sem dúvida nossa educação está caminhando a passos de tartaruga manca. Um texto muito bacana sobre o tema saiu na revista VEJA dessa semana. O texto é de Luft Lya e tem o título "Educação: ela nos interessa?". Recomendo a leitura. Abraço...

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  3. Também acho Ariadne, mas não veja acontecer com a rapidez que deveria e isso me preocupa muito, a oportunidade de dar uma boa formação as crianças no ensino público, uma vez perdida não volta mais. Só na próxima geração e isso é muito ruim. O ensino integral ajudaria muito, mas sua implantação é muito lenta.

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  4. "JORNAL FRANCÊS APONTA FALHAS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA"

    Parabéns ao jornal francês, grande descoberta!
    Qual será o jornal que vai apontar soluções na educação brasileira?

    Falha tem em todo sistema de ensino, alguns com menor grau de importancia e outros mais chamativos. Eu pergunto: Educação para quê? Para quem?

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